segunda-feira, 17 de novembro de 2008

A New Enemy

Musicalmente falando, fazia-me falta algo. Acumulava desilusões atrás de desilusões, nenhuma das minhas bandas de eleição conseguia ir ao encontro das minhas expectativas. Como poderia ser possível que o universo musical que dá pelo nome de Heavy Metal, e que no passado sempre me pareceu tão prolífero e criador, de repente dá por si estático. Salvo alguns casos pontuais, parecia-me que as grandes bandas se encontravam em luta com a sua própria criatividade. Começava a ficar preocupado, o mundo do Metal precisava de uma banda que fizesse estremecer de novo o chão, que trouxesse uma lufada de ar fresco e revigorante para o meio musical. Alguém que se estivesse marimbando para tudo e para todos, e ao mesmo tempo que fizesse toda a diferença. E eis que as minhas "preces" são atendidas:

Tendo em conta que Novembro já vai a meio, e considerando a fraquinha concorrência, apresento-vos aquele que é de longe o melhor álbum de verdadeiro Metal para ano de 2008:



Numa palavra: Essencial
(e para os mais corajosos: um link!)

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

The day that never comes...

Neste fim-de-semana pude constar que os bons senhores do Fórum de Almada já acharam por bem pendurar todos aqueles esplendorosos penduricalhos de Natal, assim como espalhar por todo o lado aquelas lindas árvores que já saem da fábrica decoradas com bolinhas e tudo. E para tornar o espírito natalício ainda mais legítimo e autêntico, até contrataram um amoroso Pai Natal de carne e osso para sentar as criancinhas ao colo. É tudo tão maravilhoso e materialista e plástico. Dá-me vontade de correr nu com um lança-chamas em punho...

If you want blood...you got it!!

Epá, eu realmente não queria estar a ser chato (ou se calhar talvez não), mas não foi o menino Jesus que disse coisas maravilhosas, do estilo: se te baterem oferece a outra face, ama o teu semelhante, ama os teus inimigos, ou ainda, atire a primeira pedra que nunca pecou... Não sou lá grande religioso mas aprecio e admito o valor de tais dizeres. Aliás, se muitas das pessoas que se dizem cristãs realmente praticassem aquilo que pregam, viveríamos sem dúvida num Mundo muito melhor. Isto tudo apenas para vos certificar que tenho um grande apreço pela mensagem de paz transmitida na Bíblia. Suponho que talvez terá sido por causa do anterior que constatei com grande admiração a notícia que passava hoje nos ecrãs do metro:

"Batalha campal no Santo Sepulcro"

Ao ver sacerdotes com vestes religiosas a executar golpes marciais de perícia tal que deixariam o Songoku com inveja, não posso deixar de me questionar: "Mas será que estes gajos se dignam ao menos a ler o raio do livro?!"

Mais uma vez volto a dizer, eu não sou lá grande religioso (ou melhor, não sou nada mesmo), porém acho que há qualquer coisa de muito estranho em andar à porrada junto ao túmulo de Cristo... Mas prontos, isso sou eu que não percebo nada de religião...

P.S.: Estive quase para dizer que o pobre Jesus deve andar às voltas na campa, mas depois lembrei-me: o bacano ressuscitou...

domingo, 9 de novembro de 2008

Jesus e os Seus Amigos

Esta já tem direitos de autor, mas de qualquer das formas:

O ano era um daqueles em que Jesus ainda era vivo, o mês foi aquele em que Jesus andava em peregrinação por uma daquelas terras muito movimentadas e conhecidas na época (daquelas, 'tão a ver...?). Num dos acampamentos que Jesus e os seus fiéis montavam entre localidades (suponho que montassem algum tipo de acampamento, afinal de contas é um bocado chato andar constantemente a dormir ao relento), um coxinho aproxima-se de Jesus e diz:
-Ó Jesus, eu sou coxo!
Ao que o Rei da Judeia respondeu prontamente.
-Na boa! A gente cura essa merda!
Dito isto o apóstolo Judas chega de mansinho junto ao filho do Senhor e sussurra baixinho:
-Meu Senhor, tenha cautela que este parece ser genuinamente coxinho...
-Aí a porra! - interrompe Jesus - Eu disse: a gente cura essa merda! Qual foi a parte que não percebeste, hã?!
Jesus esfrega as mãos, Judas afasta-se humildemente e a multidão amontoa-se.
-Coxinho! - exclama o Nazareno.
-Sim meu Senhor.
-Vai para trás daquele rochedo que ali vês e faz exactamente como eu te mandar! Mas depressa que eu nam tenho o dia todo, 'tás a ouvir?!
E o coxinho lá coxeou tão depressa como pode para o ponto indicado.
-Ora bem, homem coxo, diz-nos lá: tens fé?!
-Tenho sim , meu Senhor! - ouve-se berrar por detrás da rocha.
-Acreditas na palavra do Senhor?!
-Acredito, Acredito!
-Então deita fora a muleta esquerda!
A multidão ficam estática quando vê uma muleta voar pelo lado esquerdo da rocha.
-Agora deita fora muleta direita!
Sai uma muleta em pleno voo pelo lado direito.
-E agora, anda! - grita Jesus ao mesmo tempo que a multidão entra em delírio levando os braços ao céu e proferindo palavras de fé.
Judas surge vá-se lá saber de onde, dá duas palmadinhas no ombro do Nazareno e segreda ao seu ouvido:
-Ó Jesus, não é por nada mas o coxinho caiu...

Arthur C. Clarke (1917-2008)

É verdade meus amigos, foi desta que finalmente terminei a leitura das famosas Odisseias da autoria do Sr. Arthur C. Clarke. Para quem não está familiarizado, trata-se do autor do famosíssimo "2001 Odisseia no Espaço", que inspirou um extraordinário filme realizado por Kubrick. Contudo, após este clássico da ficção científica, Clarke dignou-se a escrever mais três sequelas: "2010: Segunda Odisseia", "2061: Terceira Odisseia" e "3001: Odisseia Final". Infelizmente, com a morte do escritor ainda no presente ano e já com noventa anos, fomos privados daquela que seria outra extraordinária sequela, "3040: desta é que é!". A saga pode ter os seus altos e baixos, mas após algum tempo a leitura torna-se compulsiva, ao passo que as previsões que Clarke apresenta para um futuro próximo contêm mais fundamento do qualquer treta espiritual ou transcendental alguma vez terá. Por outro lado, e tendo em conta que os quatro livros foram publicados num espaço de cerca de quarenta anos, foi fenomenal testemunhar a evolução/maturação do estilo da escrita, sendo surpreendente a forma como perto dos oitenta anos de idade Clarke finalmente descobriu o seu sentido de humor, e para provar isso mesmo deixo-vos aqui um delicioso excerto de uma das anotações finais de 3001.

"The search for alien artifacts in the Solar System should be a perfectly legitimate branch of science ('exo-archaeology'?). Unfortunately, it has been largely discredited by claims that such evidence has already been found - and has been deliberately suppressed by NASA! It is incredible that anyone would believe such nonsense: far more likely that the space agency would deliberately fake ET artefacts - to solve its budget problems! (Over to you, NASA Administrators...)