domingo, 22 de março de 2009

Lest we remember

Há noites que marcam, que nos tocam de uma forma da qual não nos podemos dar ao luxo de esquecer. Noites em que tudo se aproxima e se conjuga da melhor das formas em circunstâncias quase oníricas. Desta, farei por reter em mim aquelas animadoras e incisivas palavras que absorveram tudo por completo, fazendo com que uma refeição acabasse (mais uma vez) totalmente desprezada. Porém, de outra forma não poderia ter sido, pois "aquela menina de olhos castanhos" terá sempre um dom especial para cativar a minha atenção. Após tão acalentado inicio de noite, que valeu apenas pela companhia, seguiu-se o sôfrego, ansiado e estupidamente adiado reencontro. Nada comove mais do relembrar saudades e nada sabe melhor do que matá-las de uma vez. Foi avassalador e o mais incrível foi não ter acordado de nenhum sonho. Para meu gáudio voltei finalmente a abraçá-la e apercebi-me de que nada havia mudado, estava ainda lá tudo: a mesma conversa, o mesmo sorriso, a mesma intimidade... que saudades... Ainda meio zonzo, dou por mim a caminho de um concerto que se antevia memorável, não fosse este um serão a cargo dos irredutíveis Dazkarieh, a prova viva de que há esperança para a música lusófona, sem que para isso haja necessidade de delírios de grandeza. Melhor do que os sons hipnotizantes que aconchegavam a atmosfera, era o prazer que sentia em partilhar tal momento com duas pessoas tão especiais. Finda-se o concerto e sobra tempo para uma bebida fresquinha à base de malte e cevada cujo o nome permanecerá uma incógnita, e lá se arrasta cada um de regresso a casa, mas no meu caso com o espírito por demais saciado.

Para a C. - É magnífico voltar a ter-te. Não esquecerei a nossa promessa...

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