"Que toda a Mãe prescreva à sua filha a leitura desta obra."
-Donatien Alphonse de S. , in: "La Philosophie Dans le Boudoir"
Foi no ano de 1795 que o Divino Marquês conseguiu publicar clandestinamente a sua famosa peça de teatro "A Filosofia na Alcova". Uma obra de puro encanto e maravilha onde nos é relatada a história da doce Eugénia. Uma virginal e encantadora menina proveniente de uma honrosa família de bem, tendo sido educada sob os mais estritos príncipios da moral e da virtude. Contudo, por detrás de portas familiares e de paredes conspiradoras, três esfomeados libertinos, cujas vidas foram dedicadas ao mais pervertido deboche e volúpia, preparam-se para revelar à terna menina todos os viciosos prazeres que advêm da mais pura e pérfida perversão...
Num desses arrebatadores episódios o professor Dolmancé, em toda a sua glória, explica carinhosamente à sua adorável aluna:
"(...) ostentai deboche e libertinagem; fazei questão de vos mostrardes pega, deixai que vos vejam o seio; se fordes com essas pessoas a lugares secretos, arregaçai o fato de forma indecente; deixai, com afectação, que vos vejam as partes mais secretas do vosso corpo; exigi-lhes que a vós vos mostrem o mesmo; seduzi-as, censurai-as, fazei-lhes ver o rídiculo dos seus preconceitos; metei-lhes no corpo aquilo a que se chama maldade; dizei na frente delas palavrões como dizem os homens; se forem mais jovens que vós, agarrai nelas à força, diverti-vos com elas e corrompei-as, com exemplos, com conselhos, com tudo o que possais imaginar, ou seja, o que for mais próprio para as perverter. Com os homens sede extremamente livre; ostentai irreligião e despudor na sua presença; longe de vos atemorizardes com as liberdades que eles tomarem, sede vós a oferecer-lhes misteriosamente tudo aquilo que possa diverti-los sem vos comprometerdes; deixai que vos apalpem, fazei-lhes punhetas, fazei com que vo-las façam; ide mesmo ao ponto de lhes dardes o cu; mas como a quimérica honra das mulheres está dependente das suas primícias anteriores, nesse ponto mostrai-vos difícil. Uma vez casada, tomai lacaios em vez de amantes ou pagai a homens da vossa confiança: a partir desse momento tudo ficará encoberto; deixará de haver prejuízos para a vossa reputação e, sem ninguém suspeitar, encontrastes a arte de fazer tudo o que vos agradou."
Indubitavelmente uma valiosa lição...
2 comentários:
Gostaria apenas de informar o intrépido leitor(a) que está nas suas mãos impedir futuras incursões libertinas, pois estas terão uma tendência natural para se tornarem cada vez mais pérfidas e impías...
À vossa responsabilidade,
R.M.
e viva a libertinagem, não te preocupes com os pudores de certos leitores, dá-nos mais preciosas lições!;) no fundo, quem não gostava de se despir de todos os preconceitos da sociedade?!
tenho saudades tuas pah!
beijinho
Enviar um comentário